segunda-feira, 16 de julho de 2012

JAMI - Junta Administrativa de Missões



Quem é a JAMI?

A Junta Administrativa de Missões - JAMI – é a agência missionária transcultural da Convenção Batista Nacional fundada em janeiro de 1995. É uma organização religiosa, missionária, filantrópica, sem fins lucrativos, com sede em Belo Horizonte-MG.


Tem por finalidade facilitar e apoiar igrejas e instituições filiadas a CBN no cumprimento de sua missão evangelizadora de caráter transcultural, tendo em vista a expansão do Reino de Deus entre as nações.


Trabalho em Parceria:


Poucas igrejas locais têm condições de preparar, enviar, sustentar e apoiar integralmente um missionário no campo sozinhas. Através da JAMI, as igrejas batistas nacionais têm o privilégio de cumprir o mandato de Jesus, que é fazer o Seu nome conhecido entre os povos. A JAMI é a mediadora entre igreja, missionário e campo. O trabalho da JAMI é relevante devido ao apoio que presta aos elementos envolvidos na missão de proclamar o Evangelho dentro e fora do nosso Brasil. A JAMI trabalha em parceria com outras igrejas evangélicas e organizações missionárias.Juntos, unindo forças e somando esforços transformaremos o mundo com o Evangelho de Jesus Cristo. Igreja – Missionário e JAMI-CBN juntos pela evangelização.


Ore! Participe! Divulgue! Faça parte!

sábado, 14 de julho de 2012

A VOCAÇÃO E OS VOCACIONADOS


Entrevista com Alderi Souza de Matos e José Roberto Cristofani

Investir e apoiar vocacionados para o ministério pastoral se tornou coisa do passado?
Esta inquietante pergunta faz parte de outra tão ou mais importante que esta: Onde estão os vocacionados? Digo os vocacionados para o ministério pastoral, o que muitos definem como, chamado divino ou vocação.

Para falar sobre este assunto o Instituto Jetro entrevistou dois educadores em Teologia e Educação Cristã. Confira abaixo o curriculum dos entrevistados e a entrevista. 

* Alderi Souza de Matos
Doutor em História da Igreja pelo Boston University School of Theology e Mestre em Novo Testamento pelo Newton Centre, nos EUA. Graduado em Teologia pelo Seminário Presbiteriano de Campinas, bacharel em Filosofia pela Universidade Católica do Paraná e bacharel em Direito pela Escola de Direito de Curitiba.

É historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil, pastor auxiliar da Igreja Presbiteriana Ebénezer de São Paulo, Capital e também professor e coordenador da área de Teologia Histórica no Mackenzie.

* José Roberto Cristofani
Doutor (PhD) em Bíblia, pela EST - Escola Superior de Teologia da IECLB, Educador nas áreas de Teologia e Educação Cristã, Poeta e Escritor. Autor dos títulos: Presbiterato por meio de relacionamentos (http://www.presbiterato.com.br/), Meditações no Primeiro Testamento eMeditações para Celebrar Casamento.

Atualmente colabora na IPI do Ipiranga e desenvolve ações como Secretário de Educação Cristã do Presbitério do Ipiranga (IPIB). É Pastor Presbiteriano há 25 anos.


Como reconhecer um vocacionado ao ministério pastoral ou missionário? Por características?

Alderi -
 Sim, a pessoa demonstra ser vocacionada para as funções acima por meio de qualificações necessárias e indispensáveis para essas tarefas. Não é uma questão meramente subjetiva ("eu me sinto chamado para isso ou para aquilo"), mas objetiva. Esse chamado precisa ser reconhecidos por pessoas autorizadas (liderança da igreja ou da associação de igrejas) a quem o vocacionado deverá prestar contas do seu trabalho.

Cristofani - A vocação é um testemunho interior do Espírito Santo. Porém, para não incorrermos em um subjetivismo devemos levar em conta o seguinte:
Uma pessoa vocacionada para o ministério Pastoral ou Missionário deve, em primeiro lugar, ter sua vocação reconhecida pela Comunidade de Fé. É a Igreja, em minha opinião, que tem as melhores condições para discernir as "marcas" em alguém que se diz vocacionado. Em segundo lugar, creio que o Espírito do Senhor sinaliza, de forma visível, aquela pessoa que irá exercer algum ministério. Por isso, digo que tal pessoa trás as "marcas" da vocação. E tais "marcas" serão visíveis aos olhos da Igreja.
Em terceiro lugar, acredito que a pessoa com o dom Ministerial deve evidenciar as "marcas" do seu chamado. Entre elas destaco: disposição para estudo e oração; prática da piedade e caridade cristãs; habilidades de comunicação e relacionamento interpessoal; submissão às Escrituras e ao Espírito de Deus; e alguma capacidade didática. Essas "marcas" ajudam na identificação de alguém vocacionado.
Portanto, reconhecer a vocação Ministerial de uma pessoa passa necessariamente por ouvir a Igreja local e conviver, na medida do possível, com que se diz vocacionado prestando atenção às "marcas" que se pode perceber nessa pessoa.


É possível distinguir um vocacionado do não vocacionado?

Alderi -  Sim, o vocacionado tem certas qualificações espirituais, morais, intelectuais e psicológicas que estarão ausentes nos não vocacionados.

Cristofani -  Esta é uma pergunta bastante difícil de responder, pois acredito que todos os cristãos são vocacionados para algum Ministério. Todavia, nem todos o são para o Ministério da Palavra.
Visto que a vocação se manifesta, creio eu, em um processo contínuo, mesmo considerando os elementos que citei na resposta anterior, permanece certo grau de autoafirmação da pessoa vocacionada. Se alguém me diz que é vocacionado para o Ministério não tenho como contestá-lo nem como autorizá-lo de imediato.
Entretanto, na minha prática Pastoral ao lidar com vocacionados estabeleci determinadas rotinas para avaliar a "vocacionabilidade" de uma pessoa. Primeiro, proponho uma rotina de oração e estudo da Palavra conforme a disponibilidade da pessoa. Segundo, crio oportunidades dessa pessoa descobrir e aprimorar os seus dons e talentos. Terceiro, ministro orientações sobre o exercício do Ministério Pastoral, suas lutas e vitórias. Quarto, colho opiniões entre pessoas experientes da Igreja sobre as "marcas" da vocação que podem ser vistas naquela que se diz vocacionada.
Como esses procedimentos, tenho descoberto, muitas vezes, que certas vocações existem sim, mas não são para o Ministério Pastoral. São para o Presbiterato, para o Diaconato, mas não para o Ministério da Palavra.  Tendo esse tempo de "experimentação", creio que é possível distinguir entre os vocacionados para o Ministério Pastoral e os vocacionados para outros Ministérios.


Em sua opinião, o chamado ministerial para o pastorado deveria continuar como vocação ou ser visto como profissão?

Alderi - Existem os dois aspectos, mas a vocação para o ministério sempre deve ter prioridade. A profissionalização pura e simples do ministério, marcada muitas vezes por interesses financeiros e de status, é um grave erro do ponto de vista bíblico.

Cristofani - É comum ouvir que determinada pessoa tem o "dom" para esta ou aquela profissão. Mas a palavra dom neste contexto nada tem a ver com o dom Ministerial.
Insisto que a vocação, para qualquer Ministério na Igreja de Cristo, é um dom de Deus no sentido estrito da palavra. E não há nada em mim ou em qualquer outra pessoa que possa mudar esse fato. Somente Deus é quem vocaciona. Caso queiramos, por algum motivo, transformar a vocação Ministerial em uma profissão, nós estaremos incorrendo em um grave equívoco, pois abriremos a porta do Ministério Pastoral para qualquer pessoa que, mesmo bem qualificada e bem intencionada não recebeu o selo vocacional do Senhor e o testemunho da Comunidade de Fé.
Caso passemos a ver o Ministério Pastoral como profissão, precisaremos mudar os critérios seleção, formação e ordenação das pessoas que optarem por esta "profissão". As consequências serão ainda mais devastadoras, pois teremos que transformar a Igreja do Senhor numa uma empresa e geri-la como tal. Isso me parece bastante distante da realidade, ainda que não faltem exemplos desta prática em nossos dias.


Antes ouvíamos os apelos de pastores, convocando vidas para o ministério pastoral ou para envio às missões, hoje não ouvimos mais com esta mesma ênfase. Em sua opinião, a que se deve este silêncio nos púlpitos?

Alderi - Esse silêncio pode ter vários motivos: alguns podem achar que o número de pastores e missionários já é suficiente, ou que as vocações devem se manifestar naturalmente, sem apelos especiais, ou que esse trabalho é muito difícil e pouco atrativo para os jovens de hoje, ou simplesmente isso revela a menor prioridade que se dá a esse tipo de atividade cristã em nossos dias.

Cristofani -  Há 3 anos atrás fiz uma proposta de uma "Campanha Nacional para Despertamento de vocações para o Ministério Pastoral" (tomei a liberdade de anexar a proposta) para minha Igreja. A proposta não foi nem considerada.
Nessa proposta fiz uma consideração, baseada na vocação do Profeta Jeremias, de que a família é o berço da vocação Ministerial. A família é a primeira responsável pelo encaminhamento vocacional dos seus filhos. Ao almejar uma carreira de sucesso para os filhos, as famílias cristãs deveriam levar em conta a vontade de Deus para eles. Deveriam instruí-los biblicamente sobre o Ministério Pastoral como um caminho possível a seguir.  Como primeira educadora, a família cristã, sobretudo, tem o dever de educar seus filhos no Caminho que devem seguir e ter a sensibilidade de perceber quando um filho seu é chamado ao Ministério.
A Igreja como extensão da família parece ter a mesma atitude negligente para com os seus filhos. É tarefa do púlpito proclamar o chamado do Senhor aos vocacionados. Eles só se saberão vocacionais se ouvirem o chamado. É preciso, mediado pela Palavra do Senhor, despertar as vocações, pois ao testemunho do Espírito de Jesus nenhum de nós resistirá.


Você acredita que há aqueles que veem nos Seminários uma grande oportunidade ou única oportunidade de ascensão profissional?

Alderi - Com certeza. Principalmente jovens de origem humilde podem ver na carreira pastoral uma excelente oportunidade de ascensão social e econômica, o que é muito preocupante.

Cristofani - Uma ex-aluna minha, Psicóloga de profissão e Pastora de vocação, fez um estudo mostrando que os egressos de um de nossos seminários, em sua maioria, vinham para o Seminário por causa da ascensão social, mesmo sustentando um discurso vocacional.
Penso que em outras instituições de ensino teológico e missionário também ocorra o mesmo. As pessoas vêm o curso como uma oportunidade de crescimento e desenvolvimento social. Isso, contudo, parece ser uma percepção de pessoas que vivem em lugares distantes dos grandes centros, sem muitos recursos e oportunidades de "sucesso profissional".
Porém, acredito que o "custo-benefício" do Ministério Pastoral não é nada atraente e logo se torna um fator de desilusão pessoal e consequente evasão escolar, visto que as vicissitudes do Pastorado, as privações de toda espécie no campo Missionário não são tão atrativos assim.


Parece-me que antes os alunos chegavam aos seminários mais preparados biblicamente, com uma visão teológica razoavelmente ampla, com conhecimentos mínimos de história do cristianismo em comparação com os dias atuais. É esta realidade que o Sr. tem visto?

Alderi - É verdade. O problema começa nas igrejas locais, nas quais muitas vezes se dá pouca ênfase a esses conteúdos. A mentalidade pragmática que domina muitos líderes cristãos atuais faz com que o estudo da Bíblia e da história cristã fique relegado a um segundo plano. Isso precisa ser seriamente reconsiderado.

Cristofani -  Sim. Acredito que a falta de preparo prévio de muitos estudantes que chegam aos nossos seminários tenha vários fatores explicativos. Destaco os três que julgo mais importantes: A Escola Dominical, o Púlpito e a Educação familiar.
A Escola Dominical foi, e ainda é em muitas Igrejas, a principal agência de formação espiritual do Reino de Deus. Mas a EBD está enfrentando uma profunda crise há várias décadas. A falta de estrutura, de currículo, de material, de orientação e de frequência, sobretudo, são fatores empobrecedores da cultura bíblica geral.
O Púlpito também tem sua parcela na formação de pessoas bem preparadas bíblica e teologicamente. Os sermões mal preparados ou pior, despreparados, mensagens superficiais, bravatas, discursos motivacionais estão entre os elementos que contribuem para uma má formação do cristão em geral e do vocacionado em particular.
A educação cristã familiar praticamente não existe mais. O hábito de leitura da Bíblia e de literatura saudável está longe de nossos lares. O diálogo entre pais e filhos sobre os ensinos ministrados na Igreja foi silenciado. Claro que generalizo quando faço essas afirmações. Contudo, o faço para apontar o que considero importante na formação espiritual das novas gerações.


Por que ainda hoje nos seminários, há mais ênfase em trabalhar para Deus do que em estar com Ele?

Alderi - Talvez por causa da mentalidade pragmática e ativista mencionada acima. Quando o mais importante é fazer coisas, ser eficiente, obter resultados, então a comunhão com Deus e o cultivo da vida espiritual ficam em segundo lugar.

Cristofani -  Creio que essa ênfase em se "trabalhar para Deus" em detrimento do "estar com Ele" tem raízes profundas na história do cristianismo em nosso país. Nossa hinódia comprova isso. Muitos dos nossos hinos tradicionais exaltam o valor do trabalho, das boas obras, das realizações em favor da obra de Deus.
Essa compreensão se deve, em parte, ao afã missionário de expandir o Protestantismo no Brasil. Era preciso trabalhar com afinco a fim de ganhar o maior número possível de "almas" para Jesus e livrar a nação das trevas da incredulidade.
Por outro lado, também, creio que a tradição teológica herdada dos missionários pouco tinha a ver com o cristianismo de viés místico exaltado na obra "O Peregrino", por exemplo. Nas últimas décadas a relação dialógica do cristianismo com a cultura mística em geral tem favorecido uma reavaliação do binômio "trabalhar/estar" com Deus, pois não há porque separar essas duas expressões de comunhão com o Senhor.


Vimos o aumento de pastores bivocacionados, a maioria destes por questões financeiras. Em sua opinião, o ministério bivocacionado traz mais vantagens do que desvantagens à igreja?

Alderi - Parece que traz mais desvantagens. Os "fazedores de tendas" atuais podem acabar se envolvendo tanto com atividades paralelas que não sobra tempo nem energia para o ministério. O ideal é que a pessoa se concentra naquilo que realiza, principalmente quando se trata do trabalho de Deus. As igrejas geralmente reclamam dos pastores que dividem o seu tempo com outros afazeres e interesses.

Cristofani -  Não acredito em "bivocação". Penso que uma pessoa vocacionada para o Ministério Pastoral deve priorizar seu Ministério. Caso tenha que exercer uma profissão por questões econômicas, que o faça de tal forma que não prejudique seu Ministério.
Lembro-me de um caso recente de alguém que estava sendo examinado pelo Presbitério para ser ordenado Pastor. Perguntaram a ele se ele aceitaria ser Pastor de tempo integral. Ele respondeu: Claro que sim, desde que a Igreja me ofereça o que a minha empresa me oferece. Ter o apóstolo Paulo como um paradigma de "fazedor de tendas", isto é, um vocacionado que usou sua atividade profissional para desenvolver o seu Ministério é muito útil para aqueles que precisam trabalhar além do Pastorado.
Aqui em São Paulo há muito Pastores que "dividem" o tempo entre o Ministério e o trabalho chamado secular. Mas ponderemos: alguém que exerce uma atividade que toma o dia inteiro, cinco dias por semana, como pode pastorear a Igreja de Jesus? O rebanho precisa de cuidados não apenas nos finais de semana!  


Quais os conselhos para pastores no levante dos vocacionados e no encaminhamento para que estes se capacitem para o ministério?

Alderi - No contato diário com suas congregações, os pastores têm condições de identificar os jovens e adultos com potencial para o ministério pastoral. Devem então investir tempo nesses candidatos, refletir e orar com eles sobre um possível trabalho nessa área e dar-lhes um treinamento prévio que tornará mais proveitoso e eficiente o curso teológico ou missionário que venham a fazer.

Cristofani -  O que posso dizer não são conselhos, mas sugestões.
Procure demonstrar sinceramente sua alegria e realização em exercer o Ministério Pastoral. Mostre sua satisfação em viver uma vida modesta e sóbria. Todos nós sabemos: as palavras voam os exemplos arrastam.
Procure identificar na Igreja aquelas pessoas que demonstram um interesse especial pelo Ministério da Palavra, pessoas que gostem de estudar e procuram passar para as outras o que aprendeu. Um estudo sobre os dons espirituais é muito útil para isso. Faça estudos, sermões, meditações etc sobre os Profetas do Primeiro Testamento. Amós e Jeremias são bons exemplos.
Incentive especialmente os jovens a meditarem sobre a possibilidade de serem Pastores e Pastoras, pois eles estão, geralmente, em busca de uma profissão ou vocação. Talvez trazer Pastores e Pastoras que já estejam "aposentados" para contar histórias do Ministério e experiências que viveram. E não se esqueça de rogar ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a semeadura e colheita.

Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o sitehttp://www.institutojetro.com/ e comunicada sua utilização através do e-mail artigos@institutojetro.com 





sexta-feira, 13 de julho de 2012

PORQUE HA TANTOS PASTORES RUINS?

De uns tempos para cá tenho visto, com uma incredulidade cada vez maior, um fenômeno que me força a fazer esta reflexão. Minha incredulidade se resume a isto: será que há tantos pastores ruins e tão poucos bons pastores neste nosso Brasil, meu Deus?! Pergunto isso (primeiro a mim mesmo e, em segundo lugar, de modo mais temático) porque na blogsfera-internet-facebook-twitter-cultura (neologismo meu, confesso) o consenso parece ser o de uma condenação generalizada da categoria. Anteontem foi o Dia do Pastor. Mas, será que resta o que celebrar? Pelo que leio por aqui, poderíamos muito bem chamar a data de O Dia do Farsante. O clero anda em baixíssimo conceito com os internautas. Será que é o caso entre os que não navegam pelos fios óticos e wi-fis deste mundo virtual? Não sei. Sinceramente, não sei. Mas, já que estou aqui na blogsfera, lá vai a minha reflexão para quem compartilha do universo virtual. Primeiro, quero afirmar que conheço muitos pastores. Muitos dos que conheço são bons pastores. São pessoas movidas por um desejo de servir a Deus (pelo menos é como eles começaram). Há um desnível de preparo e oportunidade entre eles, claro. Mas há uma motivação inicial que me parece uma regra. Cada um se sentiu chamado por Deus para servi-lo e, consequentemente, alimentar as suas ovelhas. Há maus pastores, confesso. Creio que nem todos têm um pastor em quem podem confiar, a quem recorrer ou de quem sequer têm orgulho de ter como o seu pastor. E, sabendo desse fato, creio ser importante pontuar algumas razões para isso. Há muitos pastores no Brasil, hoje, que não foram bem preparados para o ministério. Alguns foram criados em situações que sequer exigia um ensino ou treinamento (teológico, bíblico ou ministerial). Bastava “levar jeito” pra esse “negócio” e logo foram promovidos para ocupar lugares para os quais não têm a menor noção do que se trata. Sem preparo teológico, bíblico ou ético, acabaram lançando mão de qualquer maluquice que parece “dar certo”. Fizeram correntes de toda sorte. Suas mensagens não passam de capítulos de livros que leram ou que estão na moda, como: prosperidade, guerra espiritual, conquista de cidades ou coisa parecida. Vivem de campanha em campanha e querem criar uma “grande obra” para a glória de Deus. Essa “grande obra” (geralmente um prédio ou um programa de TV, rádio ou algo parecido) não passa de uma fonte de enorme despesa que vai sacrificar o povo, que é visto como fonte de muito lucro. Para tanto, precisam de cada vez mais povo. E para que tenham isso, vão ter que lançar mão de mensagens e promessas que atraem esse povo (se chamarem um dos cantores “gospel” ou o coral das crianças for posto para cantar, também funciona). O balcão de ofertas abre, a birosca fica aberta e o povo vem. Com as músicas da hora, os jovens berram ao microfone, de olhos fechados (claro, porque precisam demonstrar que estão no enlevo), e todos assistem atônitos às versões locais e genéricas dos superastros da música gospel. É quase cómico, se não fosse tão trágico. Por sua vez o pastor tem que assumir ares de “Grande Servo do Senhor”, chegando a ter que se autodenominar “Apóstolo”, “Profeta”, e só falta alguém se declarar o “Quarto Membro da Santíssima Trindade”. É uma igreja em agonia. Seus gritos e gemidos (que muitos acham serem sinais de “poder”) só denunciam a falta de vida real íntima com Deus, e conhecimento profundo das Escrituras (que é a obrigação de qualquer um que se propõe a ser um obreiro aprovado). Por outro lado (e agora me remeto ao extremo oposto), há homens extremamente bem preparados nas Sagradas Letras. Mas sua vida ministerial é sujeita a um regime massacrante de comitês, relatórios e avaliações. Se lançaram no serviço do Senhor, mas se acham hoje como serviçais de leigos que nunca deveriam ter o poder sobre eles que têm. Compaixão é uma das vítimas dessas estruturas. O pastor teme pelo bem-estar da sua família: sua esposa, que é duramente cobrada pelas irmãs da igreja; seus filhos, que são maltratados na escola por serem os filhos do pastor, mas que são cobrados pelos seus pais na igreja (pois, se pisarem fora da linha, o comitê talvez não renove o contrato e aí fazer o quê? Vai botar comida na mesa como?) Mesmo empregados, os pastores são mal, mas muito mal remunerados – pois, afinal, existem tantos “marajás” no ministério, mas “aqui não!”. Entre os oportunistas marajás e os bons servos que são reduzidos ao medo e mendicância para poderem pastorear, não me admiro que haja tão poucos bons pastores. Os poucos que vencem o sistema são os vitoriosos e poderosos, que acabam sentando em comitês denominacionais, envergando um poder político além da sua igreja local, e que acaba redundando num prestígio cada vez maior, para assegurar a sua longevidade no púlpito local. É a morte. Os sistemas, as estruturas e as políticas eclesiásticas não permitem que haja bons pastores. Não comportam líderes de verdade. Os maus se dão bem em sistemas que não exigem política. Com o seu talento de convencimento, o povo vem, sofre, mas apanha por achar que tem que ser assim. Enquanto há bons pastores que são esmagados por sistemas vítimas da nefasta politicagem eclesiástica. O povo dessas igrejas fica sem pastor, que de fato está na mão de leigos. Ou o povo fica nas mãos de lobos e anticristos que, com charme, lábia e encenações de “unção” lideram para o seu próprio enriquecimento. E os bons pastores ficam sem púlpito e seus filhos abandonam a igreja (pois viram como ela esmagou os seus pais), deixando pai e mãe de coração partido, pois o eles que mais queriam era ver seu filhos seguindo nos caminhos de Deus. O coração dói. Os anjos choram. O Corpo de Cristo sangra. Pastores fogem do ministério e vendem seguros ou recorrem a uma capelania. E a blogosfera registra o fel dos que queriam algo mais. Queriam líderes que manifestassem devocionalidade sem afetação, liderança sem abuso, compaixão sem politicagem, ensino das Escrituras sem modismos. E os pastores queriam apenas um lugar onde pudessem alimentar as ovelhas, pois, como Pedro, confessam o seu amor pelo Mestre. Conheço bons homens assim. Tenho o privilégio de liderar muitos deles. Vejo o povo que pastoreiam feliz, com prazer em se reunir para louvar a Deus, e alimentados pela Bíblia. Mas o coração pesa. Ouço o choro de muitos, o lamento dos desigrejados (os que fugiram para não morrer) e já vi pastores de joelhos aos prantos pelos filhos perdidos no mundo. Não bastasse o dano, vejo que ainda muitos lobos patrulham a blogosfera e os escombros da Igreja de Cristo, tentando abocanhar os que vivem desgarrados do rebanho, com palavras suaves e antigas heresias requentadas e vendidas como algo novo e relevante. Se tão somente tivessem um bom pastor, que desse a sua vida pelo rebanho! Se tão somente os bons pastores achassem um lugar para servir com pureza de coração! Ah, Senhor da seara, vivifica a Tua Igreja – Noiva do Cordeiro e Corpo de Cristo – “a plenitude daquele que enche todas as coisas, em toda e qualquer circunstância” (Ef 1.23). Tem misericórdia de nós e vivifica-nos, Pai. 


Por Walter McAlister 


Fonte: Gospel+

Evangelização, a urgência de uma tarefa

Jesus concluiu sua obra na cruz. Triunfou sobre o diabo e suas hostes e levou sobre si os nossos pecados. Agora, comissiona sua igreja a levar essa mensagem ao mundo inteiro. O projeto de Deus é o evangelho todo, por toda a igreja, a toda criatura, em todo o mundo. Três verdades devem ser destacadas sobre a evangelização. 


1. A evangelização é ordem de Deus. O mesmo Deus que nos alcançou com a salvação, comissiona-nos a proclamar a salvação pela graça mediante a fé em Cristo. Todo alcançado é um enviado. Deus nos salvou do mundo e nos envia de volta ao mundo, como embaixadores do seu reino. Jesus disse para seus discípulos que assim como o Pai o havia enviado, também os enviava ao mundo. Isso fala tanto de estratégia como de ação. Jesus não trovejou do céu palavras de salvação; ele desceu até nós. A Palavra se fez carne; o Verbo de Deus vestiu pele humana. A evangelização não é uma tarefa centrípeta, para dentro; mas centrífuga, para fora. Não são os pecadores que vêm à igreja, mas é a igreja que vai aos pecadores. Deus tirou a igreja do mundo (no sentido ético) e a enviou de volta ao mundo (no sentido geográfico). Não podemos nos esconder, confortavelmente, dentro dos nossos templos. Precisamos sair e ir lá fora, onde os pecadores estão. Jesus, antes de voltar ao céu e derramar seu Espírito, deu a grande comissão aos seus discípulos. Essa grande comissão está registrada nos quatro evangelhos e também no livro de Atos. Não evangelizar é um pecado de negligência e omissão. Na verdade, é uma conspiração contra uma ordem expressa de Deus. 


2. A evangelização é tarefa da igreja. Nenhuma outra entidade na terra tem competência e autoridade para evangelizar, exceto a igreja. A igreja é o método de Deus. Não podemos nos calar nem nos omitir. Se o ímpio morrer na sua impiedade, sem ouvir o evangelho, Deus vai requer de nós, o sangue desse ímpio. Em 1963, quando John Kennedy foi assassinado em Dalas, no Texas, em doze horas, a metade do mundo ficou sabendo de sua morte. Jesus Cristo, o Filho de Deus, morreu na cruz, pelos nossos pecados, há dois mil anos e, ainda, quase a metade do mundo, não sabe dessa boa notícia. O que nos falta não é comissionamento, mas obediência. O que nos falta não é conhecimento, mas paixão. O que nos falta não é método, mas disposição. Encontramos o Messias, e não temos anunciado isso às outras pessoas. Encontramos o Caminho e não temos avisado isso aos perdidos. Encontramos o Salvador e não proclamamos isso aos pecadores. Encontramos a vida eterna e não temos espalhado essa maior notícia aos que estão mortos em seus delitos e pecados. Precisamos erguer nossos olhos e ver os campos brancos para a ceifa. Precisamos ter visão, paixão e compromisso. Precisamos investir recursos, talentos e a nossa própria vida nessa causa de consequências eternas. 


3. A evangelização é uma necessidade do mundo. O evangelho de Cristo é o único remédio para a doença do homem. O pecado é uma doença mortal. O pecado é pior do que a pobreza. É mais grave do que o sofrimento. É mais dramático do que a própria morte. Esses males todos, embora sejam tão devastadores, não podem afastar o homem de Deus. Mas, o pecado afasta o homem de Deus no tempo, na história e na eternidade. Não há esperança para o mundo fora do evangelho. Não há salvação para o homem fora de Jesus. As religiões se multiplicam, mas a religião não pode levar o homem a Deus. As filosofias humanas discutem as questões da vida, mas não têm respostas que satisfazem a alma. As psicologias humanas levam o homem à introspecção, mas nas recâmaras da alma humana não há uma fresta de luz para a eternidade. O mundo precisa de Cristo; precisa do evangelho. Chegou a hora da igreja se levantar, no poder do Espírito Santo e proclamar que Cristo é o Pão do céu para os famintos, a Água viva para os sedentos e a verdadeira Paz para os aflitos. Jesus é o Salvador do mundo! 


Rev. Hernandes Dias Lopes

O IBGE e o fracasso da teologia da prosperidade

O IBGE publicou publicou uma informação que desconstrói totalmente o pressuposto neopentecostal de prosperidade. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística as famílias chefiadas por uma pessoa que segue a religião espírita têm maior rendimento médio mensal (R$ 3.796) do que as mantidas por um evangélico pentecostal (R$ 1.271), segundo Pesquisa de Orçamentos Familiares. (http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u324070.shtml) O analista socioeconômico do IBGE, José Mauro de Freitas Júnior, diz que a escolaridade entre as religiões influenciou nos resultados. "Os maiores rendimentos são dos espíritas muito provavelmente, porque eles têm um grau de escolaridade maior do que os evangélicos pentecostais, que ficaram com a menor renda. Também temos que levar em consideração que as famílias espíritas têm menor concentração de integrantes, 2%, enquanto que as evangélicas de origem pentecostal representam cerca de 11%", afirmou Freitas. Em relação às despesas, a pesquisa apontou que as famílias com maiores gastos total também foram aquelas chefiadas por espírita (R$ 3.617), enquanto as com menores gastos foram as evangélicas pentecostais (R$ 1.301). A maior proporção de famílias (74%) são da religião católica apostólica romana, e seu rendimento médio é de R$ 1.790. Os evangélicos, em geral, atingiram um rendimento médio familiar de R$ 1.500 e representou 17% do grupo familiar entrevistado. O estudo também se referiu ao item de gastos com pensões, mesadas e doações para as respectivas religiões. As famílias de origem evangélica pentecostal atingiram 21,4 % de despesas com doações (R$ 23), as pertencentes a evangélica de missão atingiram 21,9% (R$ 58) e as outras evangélicas 34% (R$ 59). Outro destaque da pesquisa foi com o item impostos, cuja referência espírita investiu 44,2% (R$ 236), cerca de três vezes a média do Brasil (R$ 79), brasileiros de outras religiões gastaram 42,9% e os que se declaram sem-religião e não-determinada 42,7%. A pesquisa em questão serviu para confirmar que a prosperidade não é conquistada mediante a obediência de rituais mágicos e catársicos onde as bênçãos de Deus são trocadas ou vendidas por generosas contribuições financeiras. Caro leitor, é possível que ao ler esta afirmação você esteja dizendo com seus botões: Ué, por que então os pastores da teologia da prosperidade são tão prósperos? "Elementar meu caro Watson", a prosperidade destes apóstolos se devem exclusivamente a venda de milagres, bençãos e indulgências. Prezado amigo, do ponto de vista bíblico a prospridade não se dá mediante o toma-lá-dá-cá. Na verdade, as Escrituras nos ensinam que a prosperidade é fruto do trabalho. O reformador francês João Calvino acreditava que o homem possuía a responsabilidade de cumprir a sua vocação através do trabalho. Na visão de Calvino, não existe lugar para ociosidade em nossas agendas. E ao afirmar isto, o reformador francês, não estava a nos dizer de que homem deva ser um ativista, ou até mesmo um tipo de worhaholic. Na verdade, Calvino acreditava que a prosperidade era possível desde que fosse consequência direta do trabalho. Acredito profundamente que se quisermos que nossas familias experimente prosperidade torna-se ncessário que invistamos em pelo menos dois aspectos: 


1- Aumento de escolaridade. Uma das principais marcas de um povo desenvolvido é educação. Infelizmente por fatores diversos, milhões de pessoas em nosso país vivem a margem da sociedade simplesmente pelo fato de terem abandoram a escola. Tenho plena convicção que ao voltar a sala de aula o crente será abençoado por Deus dando-lhe assim novas ferramentas que o ajudarão a experimentar a tão sonhada prosperidade. 


2- Melhor qualificação profissional. Prosperidade se dá mediante o trabalho. Invista na sua profissão. Faça cursos, participe de simpósios, leia muito e aprenda com quem sabe. Nesta perspectiva, seja o melhor sapateiro, eletricista, pedreiro, médico, dentista, advogado, professor e experimente das bênçãos do Senhor. Caro leitor, tenho plena convicção que se desejarmos construir um país decente e sério, necessitamos romper com alguns paradigmas que nos cercam. Nações bem sucedidas são aquelas que se empenham na construção de valores e conceitos como honestidade, equidade, ética e retidão. Infelizmente no país do gospel e do decreto espiritual apóstolico, o trabalho nem sempre é visto com bons olhos, até porque nesta perspectiva neo pentecostal, o trabalho foi feito para gente miserável e desqualificada que precisa sobreviver. Isto posto, afirmo que o tempo de mudarmos nossos conceitos e valores é esse, além é claro de semear no coração do crente em Jesus , a idéia de que o trabalho é reflexo de uma grande bênção divina, a qual deve ser valorizado e dignificado. 


Soli Deo Gloria, Renato Vargens

JESUS, PASTOR DE PESSOAS E NÃO DE CONSUMIDORES


A compreensão do pastoreio de Jesus pode ser libertadora nos dias de hoje, quando tantas pessoas, equivocadamente, são transformadas em consumidores pelo mercado da fé. Jesus amou e morreu por pessoas. Jesus ressuscitou por pessoas. Ele deu sua vida em resgate de homens e mulheres que estavam perdidos em seus próprios delitos e pecados. Compadeceu-se de homens e mulheres que estavam condenados à morte por suas transgressões. Cristo amou e se entregou em sacrifício na cruz por causa da rebeldia e da desistência humana de andar, comungar e obedecer ao Criador. O Filho de Deus doou a vida eterna a pessoas que o receberam como Senhor e Salvador. No mistério e profundidade de sua graça, ele nos olhou como pessoas e ovelhas, dando-nos vida – e vida em abundância. Como pastor, Jesus deu e dá sua vida pelas ovelhas e por seu rebanho. Somos, como igreja, comunidade e ajuntamento de pessoas que estavam prisioneiras em seus próprios medos, incertezas e angústias. Éramos cativos de mente e coração. O desespero e a incerteza diante da morte e da fragilidade da experiência humana nos atormentavam. Assim, pessoas comuns – com suas histórias, marcas, heranças e contextos –, através de seu Espírito, têm escrito uma nova história onde fé, convicção, certeza e esperança se instalaram. Tal compreensão pode ser libertadora nos dias de hoje, quando tantas pessoas, equivocadamente, são transformadas em consumidores pelo mercado da fé. De forma sutil e sorrateira por um lado, e agressiva por outro, essa dinâmica tomou conta da mentalidade evangélica no Brasil e no mundo. Devotos se transformaram apenas em consumidores e mantenedores desse mercado, travestido até na forma de igrejas locais coorporativas e estruturas empresariais. A lógica e o discurso são os mesmos do mercado: cantamos sobre a marca Jesus, escrevemos sobre ela, lançamos produtos temáticos. Já há até estudos de marketing acerca de características de gênero, classe social, faixa etária e necessidades de determinados grupos sendo usados para a criação de igrejas. Grandes conglomerados comerciais de literatura e música chamadas de cristãs estão sendo engolidos com voracidade por empreendedores que, até bem pouco tempo, nem se importavam com a existência do tal segmento evangélico. Só que o Jesus de muitos pregadores, cantores, corporações e empresários não é necessariamente aquele apresentado na Bíblia, o Jesus eterno e histórico, o Emanuel, o Deus que se fez homem; aquele que veio como escravo e servo para proporcionar ao caído salvação através da cruz, para anunciar o Reino de Deus e trazer graça, senhorio e juízo. Esse Jesus midiatizado não é o Jesus que trouxe ensino e valores de amor, compaixão, paz e justiça, e que nos deixou a missão de lhe fazer discípulos e seguidores. O pastor Jesus, pastor de ovelhas, de gente, trata a cada um com pessoalidade, dignidade e importância. Ele nos ama como pessoas, ouve nossos relatos, está atento à nossa realidade e história. O pastor Jesus alimenta o faminto, sacia o sedento, limpa o imundo, cura os feridos, protege e conduz ovelhas. Jesus nos ajuda a dar significado ao pastoreio e a contextualizar esta vocação do acolhimento, do cuidado, do ensino e da formação espiritual. Os pastores não precisam perder o caminho da fé, assim como qualquer cristão em outra área profissional ou de atuação – uma fé que ganha contornos práticos de uma vida de serviço e de trabalho digno, mediante o suor do rosto. Fé no Deus trino, e não no mercado que fala sobre ele. Muitos dirão que comércio pode ser feito com ética e honestidade, visando a legítimos propósitos. É verdade. Mas a chance de o mercado tirar do centro a essência e o alvo do Evangelho, de sua mensagem e obra, são muito grandes. Pastores, escritores e artistas cristãos produzem em escala industrial coisas que se tornarão, invariavelmente, produtos de consumo: mensagens, livros, CDs, ensinos, palestras, DVDs... Tudo tem seu preço, e tudo acaba alimentando esse mercado da fé. Numa linha muito tênue, o negócio se torna a pessoa, o pregador, o cantor, o escritor, sua corporação, sua visão, sua estrutura criada. Assim, o que fazem torna-se um fim em si mesmo, e não um meio para atingir algo mais elevado. No genuíno pastoreio, contudo, precisamos ser cuidadosos e íntegros. Não se pode perder de vista que cuidamos de pessoas, e não de consumidores. O mercado não é o nosso negócio, muito menos o propósito do chamado e vocação pastoral. Somos cuidadores e referenciais de Jesus para o rebanho de Deus, ajudando ovelhas a permanecerem no Caminho.

TEXTO DE NELSON BOMILCAR
FONTE: REVISTA CRISTIANISMO HOJE